Natal, dia de confraternização das pessoas, dia de reencontro daqueles que a tempo não víamos. Esqueçamos as trocas de presentes, a beleza das ruas iluminadas, o que comeremos neste dia, não importando as diferenças sociais, religiosas, culturais: somos todos filhos de um mesmo Deus, e por conseqüência irmãos. Falo de um irmão querido... Jesus. Lembrando o seu nascimento, sua vida e seus ensinamentos. Tudo isso acho ser o mais importante.
Mas A mensagem do Natal foi distorcida em todo o mundo. Nesta época, as pessoas apenas se preocupam em consumir. O que provocou isso?
Para entender o motivo, talvez seja necessário rever a origem do ato de se presentear e, depois, como isso foi deturpado. O Natal pode ser visto como um presente de Deus para a humanidade. Também se trabalhou muito o significado do presente que os três reis magos levaram ao menino Jesus, o que, na verdade, é mais uma descrição teológica do que material. Em alguns países, sobretudo na Europa, as pessoas se presenteiam no Dia de Reis e não no Natal, por exemplo.
Mas o fator determinante partiu de uma necessidade do mercado de encontrar datas onde o estoque de produtos possa ser escoado. É uma tendência quase de sobrevivência do consumo e até da própria sociedade. Se o consumo não for gerado, a produção tende a cair. Contudo, que isso não acontece por maldade (das pessoas) e sim por culpa do sistema.
Eu não jogaria a culpa nos consumidores. Afinal, todos nós somos massacrados no Natal. É comum o pensamento: “como vou ser um bom pai, uma boa mãe, se eu não der presentes para os meus filhos neste Natal”? O complicado é combater isso, pois gera um conflito tremendo.
Acredito ainda que a saída é a educação. A sociedade organizada pode contribuir, ajudando na conscientização e na capacitação da população, a fim de que todos adquiram uma atitude mais crítica de consumo, mais responsável, mais solidária. Já a melhor maneira de ensinar é pela cidadania. Isso acontece quando você batalha para que as pessoas tenham seus direitos respeitados, condições de vida dignas e políticas públicas.
Acredito ainda que a saída é a educação. A sociedade organizada pode contribuir, ajudando na conscientização e na capacitação da população, a fim de que todos adquiram uma atitude mais crítica de consumo, mais responsável, mais solidária. Já a melhor maneira de ensinar é pela cidadania. Isso acontece quando você batalha para que as pessoas tenham seus direitos respeitados, condições de vida dignas e políticas públicas.
Assim, estaremos trabalhando contra esse mercado de consumo, que acaba sendo seletivo, desigual, cultural e frustrador. Estaremos lutando contra essa cultura que passou a ser o coração das relações humanas. Não deixa de ser um trabalho difícil, principalmente por causa da mídia.
Os mundos de mercado e da propaganda são grandes incentivadores do consumo desenfreado. Mas o mais cruel é que o marketing é democrático. O apelo ao consumo atinge a todos, sejam pobres ou ricos. As grifes não fazem propagandas diferenciadas. Isso gera a frustração, que é a mãe da violência.
Os mundos de mercado e da propaganda são grandes incentivadores do consumo desenfreado. Mas o mais cruel é que o marketing é democrático. O apelo ao consumo atinge a todos, sejam pobres ou ricos. As grifes não fazem propagandas diferenciadas. Isso gera a frustração, que é a mãe da violência.
Uma estatística mostrou que 62% dos jovens infratores entram na Febem por roubo, isto é, por causa do consumismo índice bastante alto. Os jovens roubam para manter a questão da dependência química, mas também para comprar um tênis ou uma roupa de marca. Para ter alguma identidade, ou se encaixarem em determinado meio social, muitas vezes são obrigados a comprar não o produto, mas sua grife. Isso é terrível porque cria uma massificação que, numa data como o Natal, acaba significando a época de ter algumas coisas, de comprar. Não é mais a época de encontro entre as pessoas, de celebração da vida que se renova. As pessoas apenas se preocupam com o que vão vestir, o que vão comer...
Para qualquer momento, as pessoas só devem consumir aquilo que é necessário. Na verdade, antes de sermos consumidores, devemos nos observar como pessoas. Geralmente, comprar compulsivamente pode ser uma maneira de encobertar uma espécie de frustração, de resolver problemas emocionais. Mas não adianta tentar melhorar a auto-estima comprando, o único jeito é buscar nossas necessidades básicas de afeto, de amor, de respeito e de dignidade.
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